19 de abr. de 2012

Movimentos do Cinema: Cinema Novo


A crítica questionava a dependência do mercado brasileiro aos filmes importados e a submissão do cineasta no Brasil à linguagem do cinema de Hollywood. Começou, então, a luta para que o cinema nacional se tornasse uma das expressões da cultura brasileira.

O movimento em prol de um cinema nacional ganhou força a partir do começo dos anos 60. O Cinema Novo, como todo movimento que propõe uma mudança e precisa conquistar seus espaços, tinha que definir os inimigos a combater. Seu alvo foi a chanchada.

Formava-se no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, uma geração de realizadores. Oriundo das universidades, esse grupo dedicou-se à crítica, à teoria e à produção de filmes. Desde o início percebeu-se em suas discussões uma vontade de fazer filmes sobre a realidade cultural brasileira. E Glauber Rocha disse a célebre frase que deu voz a esse movimento “Com uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”.

Nesses anos eles conseguiram criar um movimento que contou com uma produção intelectual constante. Tiveram sucesso de crítica e conseguiram incluir a cinematografia brasileira entre as mais importantes do mundo. Laboratórios cinematográficos foram montados ou modernizados e formou-se uma mão de obra especializada, ainda que pequena.

Na primeira etapa do Cinema Novo, que vai até 1964, observamos os primeiros trabalhos dos diretores Cacá Diegues, Ruy Guerra, Paulo César Saraceni, Leon Hirszman, David Neves, Joaquim Pedro de Andrade, Luiz Carlos Barreto e Glauber Rocha. Entre outras produções dessa época podemos salientar os filmes “Vidas Secas” (1963), “Os Fuzis” (1963) e o prestigiado “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964).

O segundo período do Cinema Novo, que vai de 1964 a 1968, versa sobre o momento agitado de instalação da ditadura militar no Brasil. O discurso em favor da ordem social passou a figurar outro tipo de temática dentro do movimento. Entre outros filmes dessa época, se destacam: “O Desafio” (1965), “Terra em Transe” (1967) e “O Bravo Guerreiro” (1968).

Após esse período, a predominância do discurso político engajado perde sua força na produção do cinema novo. Essa nova mudança refletia a eficácia dos instrumentos de censura e repressão da ditadura militar. Nesse último período do Cinema Novo, que se estende de 1968 a 1972, temos um volume menor de produções, entre as quais se destaca o filme "Macunaíma" (1969).

Inspirado na obra homônima de Mário de Andrade, esse filme reconta a trajetória do festivo e sensual herói da literatura brasileira por meio das primorosas atuações de Grande Otelo e Paulo José. Mas o Cinema Novo ficaria marcado como um dos principais movimentos da história do cinema mundial.

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